CADERNO DE VIAGENS - suplemento de "Aparas de Escrita"

Locais e ambientes, pessoas e costumes, histórias, curiosidades e acontecimentos.

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sexta-feira, abril 28, 2006

A CULPA É DO SISTEMA

Antes de mais, no pressuposto de que se pode entender por sistema um conjunto de partes relacionadas de modo a convergirem num determinado objectivo, físico, mental, intelectual, artístico, religioso, pode dizer-se que não há sistemas perfeitos, perfeitos no sentido de cumprirem, sem qualquer motivo de queixa dos utilizadores, aquele mesmo objectivo para que cada um deles foi criado.
Isto é válido, tanto para os sistemas abertos, aqueles em que as trocas de informação com o exterior são livres, como para os sistemas fechados, em que a informação circula dentro, e só, das suas fronteiras.
E mesmo quando actuam razoavelmente bem, o atrito no funcionamento, o ruído na comunicação, as quebras de energia, as perturbações inesperadas e não controláveis, as falhas humanas, tudo isso contribui para que os sistemas, nalgumas situações, pelo menos, deixem muito a desejar.
Na verdade, seja ele filosófico, político, financeiro, monetário, de pesos e medidas, de apostas mútuas, de avaliação de aprendizagem, de defesa pessoal ou colectiva, de transportes, até de repressão, enfim, do que quer que seja, incluindo o sistema nervoso, nenhum deles pode vangloriar-se, apesar dos méritos que exibam, de ser perfeito, isento de erro, plenamente satisfatório para quem tem de o usar.
No entanto, apesar de todos os defeitos que possam ser imputados a cada um deles, um dentre todos leva a palma das responsabilidades por tudo o que de mal e mau vem ao mundo.
A ele se chama de forma capciosa e redutora
o sistema.
Mesmo não o conhecendo em particular e pormenor, todos já ouviram falar dele, e sofreram os seus efeitos, da velhinha pensionista, ao comandante do quartel, do rural semi-analfabeto, ao professor universitário, do indigente, ao ricaço, do porteiro do ministério, ao presidente, seja ele qual for.
Apesar desta infiltração generalizada de conseqüências, poucas pessoas, a não ser os especialistas, lhe viram a cara, isto é, têm uma noção exacta do que é o sistema e de como ele se comporta na realidade.
O sistema, habitualmente dócil, que se deixa controlar por um simples teclado onde se enfileiram letras, números e outros símbolos, por vezes, ao que nos querem fazer crer, toma birras, deixa-se tomar por raivas, recusa-se a obedecer às instruções, e, em casos extremos, adormece por tempo indefinido, como se fosse um ser autónomo, com vontade própria.
Então reclama a presença de curadores que lhe reencaminhem os fluidos, e lhe restabeleçam a eficácia que dele é esperada.
Porque mostrou tendência a adoecer algumas vezes, logo o rotularam, sem remédio, sem o benefício da remissão.
E, a partir da etiqueta, passaram a atribuir-lhe, então, as culpas por tudo o que corre mal no relacionamento dos cidadãos com as instituições.
Se o dinheiro não chega a tempo, a culpa é do sistema.
Se o documento se extraviou, a culpa é do sistema.
Se o nome do contribuinte foi trocado, a culpa é do sistema.
Se a encomenda apareceu noutro endereço, a culpa é do sistema.
Se o horário do avião não se cumpriu, a culpa é do sistema.
Se só há consulta médica daqui a um ano, a culpa é do sistema.
Se o leite desnatado faltou no supermercado durante três semanas, a culpa é do sistema.
Se a reclamação apresentada no Ministério Público não teve qualquer resposta, a culpa é do sistema.
Se a polícia nada faz para prender o assassino, a culpa é do sistema.
Se trocaram as análises no laboratório, a culpa é do sistema.
E assim por aí fora.
Enfim, o sistema é uma entidade fantasmagórica mas actuante, com as costas largas.
A sonolência do funcionário, a preguiça dos serviços, a incompetência dos responsáveis, a corrupção das instituições passaram a ser absolvidas e, até, ignoradas, por transferência integral para o sistema.
A culpa passou a ser do sistema.
E o curioso é que ninguém se lembra de que o sistema é fruto do funcionário sonolento, do serviço preguiçoso, do responsável incompetente, da instituição corrupta.
Na verdade, há um problema
de sistema, mas que não é do sistema.



sexta-feira, abril 21, 2006

DIZER MAL, OU MALDIZER?

O "Aparas de Escrita" completou um ano no dia 5 de Abril.
Por tudo aquilo que aqui foi escrito, é possível que alguns leitores tenham já perguntado por que não me vou embora desta terra, uma vez que tão mal digo, que tanto me queixo dela. Eu, que vim de um país com outro grau de civilização, por que não regresso, a esse ou a outro ainda mais civilizado?
Poderão julgar que me fico por aqui por obrigação ou fuga.
Ora, isto propõe-me algumas considerações, sempre saudáveis porque me obrigam a pensar.
Primeiro, não desdigo nada do que tenho dito nestas crónicas, porque, felizmente nuns casos, infelizmente na maioria, não há motivos para desdizer.
Em segundo lugar, obrigações tenho para com a minha consciência, para com aqueles que amo e me amam, para com os que partilham comigo esta nau chamada Terra, e para com os que me governam, bem ou mal, para meu bem ou para meu mal.
Para com Deus, para com o meu Deus, não tenho obrigações. Ele nada me exige. Só eu posso exigir de mim para com Ele.
Sobre a minha consciência cabe dizer que nada me pesa, e que ela de nada e a nada me condena. Apenas me recorda, de vez em quando, que devo ter um comportamento ético para comigo e para com o meu semelhante.
Quanto àqueles que me amam, a nada me obrigam, também, nem mesmo a pagar-lhes na mesma moeda de Amor, nem que seja por demonstrações, públicas ou privadas.
Para com os companheiros caminhantes nesta viagem, esses me obrigam, pelo facto de existirem, embora sem palavras nem escrituras, a que os reconheça como iguais na mesma ânsia de alcançar a felicidade. Nada de imposto, pois, por eles próprios.
Perante os que me (des)governam, cumpro as normas, mesmo não concordando com elas, pois isso faz parte da aceitação das regras democráticas, ainda que as considere, pelo menos, discutíveis.
Fugas, a única que poderia tentar empreender seria a fuga de mim mesmo, por algum fantasma que eu representasse e me assustasse. Mas já me habituei o suficiente, o quanto baste, a aceitar-me e a viver comigo próprio.
Não tenho, pois, razões de fuga, nem de natureza pessoal, nem de carácter institucional.
Vivo neste país por opção, por desejo, legalmente, com todas as autorizações concedidas pelo Estado Brasileiro.
Portanto, nada de segredos, nada de mistérios, nada de motivos escondidos.
É por viver aqui por opção, que aqui, aqui mesmo, fiz crescer a minha nova família com sangue brasileiro.
E é por viver aqui por opção, uma opção que nasce em causas que, porventura, eu próprio desconheço, que não regresso agora a passados culturais em que me criei, cresci e vivi.
Motivos vários, quase todos profissionais, me levaram a viver em muito chão. Em todos eles as minhas raízes se agarraram com facilidade, sempre na certeza de que a árvore haveria de crescer.
Deixei para o fim o "dizer mal".
Dizer mal, ou maldizer? Porquê dizer mal, ou porquê maldizer?
Nas minhas crónicas não pretendo dizer mal, maldizer sim, e a diferença é do tamanho da intenção de cada um.
Dizer mal pressupõe vaidades, vinganças, mentiras, mesquinhez, coisas gratuitas que acabam por sair caras, ao próprio e/ou a terceiros. Dizer mal para seguir a corrente, porque parece mal estar fora da corrente, porque estar fora da corrente cria mal-estar, exclusão. Então, para estar bem, fica bem dizer mal.
Maldizer é diferente. É o mal dizer do tronco medieval da crítica a pessoas, a grupos e a instituições que incita a modificações de hábitos, de modos de ser e de agir, para que o ser e o agir se comportem com ética, a Ética.
Porque vivo neste país por opção, é aqui que tenho de exercer a minha cidadania, tal como fiz quando vivi em Portugal, na Guiné-Bissau, ou em Angola, tal como fiz quando andei à descoberta de outros países do mundo.
Mais do que um direito, é uma obrigação este exercício de cidadania, entre povos em que vivo ou que visito.
A Constituição do Brasil me dá, como estrangeiro, direitos e deveres iguais aos que aqui nasceram.
Por isso, nesta luta com os meus pares por uma vida melhor para todos, exerço a minha cidadania com os meios que me são mais fáceis de manejar – escrever.
Vou continuar, pois, a maldizer, sem querer, nunca, dizer mal.



quarta-feira, abril 19, 2006

NO DIA DO ÍNDIO

Ano de 1500. Ainda não existia o dia do Índio.
O português Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil para tomar posse régia daquilo que já era conhecido antes dele, e que, por isso mesmo, dera ao mundo o Tratado de Tordesilhas.
Os Espanhóis engoliram o Tratado, não por ingenuidade ou ignorância, creio bem, mas por razões de Estado, o que compete aos historiadores esclarecer, esclarecer-nos, em particular a mim, que posso estar a ser ingénuo, ignorante, ou ambas as coisas.
Cabral chegou. Era Abril. Colocou padrão e mandou rezar missa.
A cruz dessa missa está guardada a recato na catedral de Braga, em Portugal. Apesar de pequena de dois palmos, enferrujada, sem valor estético, tentaram já roubá-la tanta vez pelo valor simbólico, que foi preciso mandar fazer uma réplica, a mesma que hoje se olha no museu da Sé de Braga.
Cabral chegou, mas não foi senhor absoluto, único, primeiro.
Aquela terra tinha dono, e nela tudo o que existia: as árvores, os pássaros, os frutos, as águas das cachoeiras, dos regatos, dos lagos, as águas dos rios largos e fundos como mares, mesmo as águas dos mares.
A terra tinha gente, gente que lá vivia antes de quaisquer pensadas Tordesilhas. Gente que amava, adorava a terra, as árvores, os pássaros, os bichos rastejantes, os gordos herbívoros, as feras medonhas, os peixes dos regatos, dos riachos, dos rios, das lagoas, dos mares.
A terra tinha gente com nomes de florestas, de luares, de marés, de flores e de águas.
Chegou Cabral e aquela gente ficou a chamar-se Índios.
Dos restos dos Índios que ainda há, cinco séculos depois, em 2006, em 19 de Abril, fez-se o dia do Índio no Brasil.
Celebrações fingidas, festas vazias, memórias perdidas, imitações vestidas de ridículo.
Estórias, muitas, poucas contadas, algumas apenas segredadas mas não menos reais como esta:
É órfã, é menina, é surda, é índia da etnia Apurinã.
Tem 9 anos.
Corre risco de vida.
Mora em Jaturana, uma comunidade do município de Manacapuru, a 120 quilómetros de Manaus, capital do Estado da Amazónia.
A sua família é uma irmã de 16 anos, já casada, e o cunhado.
Foi internada nos fins de Março com uma anemia aguda (é a fome no Brasil), uma pneumonia (as imunodeficiências crescem no Brasil), e malária grave (ainda há muita malária no Brasil).
Tem 9 anos, repito.
Foi internada numa maternidade pública porque, com os seus 9 anos, está grávida de 5 meses.
Não sabe, ou não quer dizer, quem é o pai do seu filho.
A deficiência auditiva e o desprezo social prejudicam a comunicação.
Dentro de um mês a gestação terá de ser interrompida por cesariana – o seu corpo de menina não suportaria o crescimento do feto.
Na cama da enfermaria do hospital, a índia menina brinca com uma boneca. Uma boneca pouco menor do que ela, pouco maior que o filho que traz no ventre e vai perder.
Um filho índio que nunca saberá quem foi Cabral, e que nunca dançará no dia do Índio, nos 19 de Abril. Tal como sua mãe, a indiazinha Apurinã de 9 anos.



sexta-feira, abril 07, 2006

CHORAM OS PALHAÇOS, MAS NÃO SÓ...

Carequinha morreu.
Morreu terça-feira.
Carequinha, o palhaço brasileiro, do Rio, amado cá dentro, conhecido lá fora, tinha 90 anos. Viveu 85 na aventura circense.
O seu nascimento, no picadeiro do circo onde os pais trabalhavam, marcou-lhe o destino.
Aos cinco anos começou a carreira no Circo. Passou por vários circos nacionais e internacionais. Como palhaço, fez, também, teatro, fez cinema, cantou na rádio, gravou 26 discos.
Foi o primeiro palhaço da tv brasileira.
Há dois dias tentou uma última cabriola com a morte, mas a morte não achou graça e levou-o.
A caminho do cemitério de São Gonçalo, sua terra natal, o povo aplaudiu-o. Uma última ovação ao palhaço que fez a felicidade de gerações de meninos alegres e de meninos tristes, gerações de adultos galhofeiros e de adultos sisudos.
Hoje, no Universo há mais uma estrelinha a fazer rir as outras, a fazê-las esquecer, por momentos, as tristezas da Terra.
E se alguém, por acaso, se der conta de que os anjos sorriem, pode ter a certeza de que a face serena de Deus está a sorrir também.



terça-feira, abril 04, 2006

O COCÓ DOS BEUBÉUS

Recife é uma cidade porca, já tive oportunidade de o dizer em várias crónicas aqui publicadas. Se houvesse um Deus-Lixo, por certo esta seria uma das cidades que maior culto lhe prestaria.
O que é verdade do Recife, aplica-se, também, às comunidades limítrofes, principalmente litorais, que constituem a sua zona metropolitana.
As respectivas Prefeituras têm metade da culpa. É verdade que trazem na rua centenas e centenas de empregados camarários, limpando a toda a hora a sujeira que os cidadãos, sem descriminação de classe, do mais andrajoso ao mais bem vestido, atiram para o chão, estejam onde estiverem.
Um batalhão de varredores passa por uma praça e deixa tudo num brinco. Minutos depois, outro batalhão de munícipes, atrás do primeiro, coalha o chão de toda a casta de objectos considerados inúteis pelos seus utentes, ou seja, lixo.
Cascas de fruta, da multiplicidade de fruta que aqui há, caroços, pevides, graínhas, outras cascas, de cebola e batata, por exemplo, restos de comida, copos de plástico, papeis, garrafas, latas de refrigerante, pensos higiénicos (aqui chamados absorventes), pilhas gastas, filtros de automóvel, restos de pneus, coisas disformes, já sem cor, de misteriosa origem e utilidade, de tudo se encontra neste chão, caldeado numa água fétida, oleosa, escura, que vai escorrendo pelas bermas do passeio, e aí estagna nas concavidades, ou flui, viscosa, para as entradas das águas pluviais, onde vai alimentar as toalhas freáticas do subsolo.
Tudo isto acontece à vista das autoridades, policiais ou de fiscalização, que, em boa verdade, nenhuma autoridade detêm, porque lhes falta a fonte de onde emana toda a autoridade – a ética, que, nesta gente, foi substituída pela lógica da corrupção.
A culpa das Prefeituras nasce, então aqui, nesta teia em que se deixou enredar, que a leva a uma paralisia produtiva, tanto quanto à educação na vertente da higiene do povo, como no que toca à feitura de normas e posturas municipais para a correcção do comportamento das gentes.
Mas voltemos aos lixos, aos outros.
Se nas zonas mais pobres, ou de maior comércio informal, o lixo prolifera e atapeta ruas e praças, becos e calçadas, nas zonas consideradas nobres, as zonas residenciais caras, outro tipo de lixo junca o chão – o cocó dos beubéus.
Ao cair da tarde, nas avenidas à beira-mar, secas de verduras, ou para o interior, de ruas sombreadas de arvoredo, é retrato permanente o cidadão passear o seu cãozinho, ou, o que não é raro, os seus cãezinhos, numa profusão de trelas que lembra artista de circo.
E por essa avenidas onde se ouve a rebentação, e por essas ruas de verdes prazenteiros, num clima de 30 graus constantes, os cãezinhos trazidos a passear, melhor será dizer "a defecar", expelem, onde calha, onde lhes dá na vontade, cocós de formas, dimensões, cores e consistências curiosas e, muitas vezes, insuspeitadas. Depois regressam a casa contentes, cães e donos.
A gincana que os passantes têm de fazer perante tal profusão de trampa de cachorro é um verdadeiro calvário até chegar ao destino. Ou se olha para o chão e não se vê mais nada, ou se olha a paisagem e se corre o risco, com alta probabilidade, de pisar dois, três, quatro, eu sei lá, montes de dejecção canina.
Uma figura parada à beira do passeio (aqui chamado meio-fio), olhando para ambos os lados da rua, esfregando freneticamente o sapato na borda da calçada, traduz uma pisadela em falso, no alvo, na poia.
Se em casa, ao jantar ou durante a conversa com visitas, um eflúvio estranho mas logo de natureza percebida, começa a pairar no ambiente, e as visitas saem antes do previsto, ou a família abandona a mesa antes do que é habitual, a nossa figura, a tal que pisou na bosta, não se apercebeu do sucedido, da consistência inconsistente da calçada, não esfregou, pois, o pé, na aresta do passeio, e levou para casa o troféu de perdedor da gincana.
Tudo isto bem longe de uma cena passada em Portugal, há meia dúzia de anos, com uma pessoa amiga. Levou o cachorrão, um pastor belga, negro como a noite, franjado como um tapete, e, nessa noite, de intestino solto como uma maré. A minha amiga levava sempre o seu saco de plástico, como manda a civilidade, para apanhar o cocó do beubéu. Nesse dia, perante a diarreia do bicho, entendeu que nada poderia fazer.
E o cão despejou o intestino no meio da calçada. A poucos metros, dois agentes da polícia viram a cena. O cão ficou preso am uma árvore, enquanto a minha amiga teve de ir a casa buscar utensílios para limpar o empedrado.
Recife, bela, indesmentivelmente bela, Recife, que alguns insistem em chamar a Veneza do Brasil (melhor lhe ficaria o nome de "uma qualquer vilória do Marrocos mais sujo" do Brasil), não tardará o dia em que os cartazes turísticos, mesmo sem querer, por mais esforço que façam em não ser assim, terão de mostrar o cocó dos beubéus nas belas praias, nas aprazíveis avenidas, à porta dos sumptuosos shopping centers. E os postais ilustrados com tal ilustração hão-de competir com as bundas de costas, em biquíni de fio dental, que o turista acidental colecciona para mostrar aos amigos.
Os cachorros, desculpados e inocentes, têm protectores oficiais, para além dos seus donos. Tão oficiais, empenhados e dinâmicos, que se constituem em associações protectoras dos animais. Tão protectores que denunciam com aspereza qualquer maldade, mesmo menor, feita ao bichinho. Tudo bem. Cada um organiza-se onde, quando e como quer.
Então, por favor, senhores protectores dos animais, em particular dos cachorros, cachorrinhos e cachorrões, para protecção mais eficaz dos vossos protegidos, vão limpando o cocó que floresce a cada dia nestas já de si sujas ruas do Recife. Evitarão assim as minhas maldições sobre eles, sempre que os vejo passeando à trela, àquela hora, sempre a mesma, sobre a calçada que os meus sapatos limpos pisam.
Afinal de contas, culpa não têm eles, não é, senhores protectores dos animais? Então, protejam os bichinhos de injustiças.



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