Carequinha morreu.
Morreu terça-feira.
Carequinha, o palhaço brasileiro, do Rio, amado cá dentro, conhecido lá fora, tinha 90 anos. Viveu 85 na aventura circense.
O seu nascimento, no picadeiro do circo onde os pais trabalhavam, marcou-lhe o destino.
Aos cinco anos começou a carreira no Circo. Passou por vários circos nacionais e internacionais. Como palhaço, fez, também, teatro, fez cinema, cantou na rádio, gravou 26 discos.
Foi o primeiro palhaço da tv brasileira.
Há dois dias tentou uma última cabriola com a morte, mas a morte não achou graça e levou-o.
A caminho do cemitério de São Gonçalo, sua terra natal, o povo aplaudiu-o. Uma última ovação ao palhaço que fez a felicidade de gerações de meninos alegres e de meninos tristes, gerações de adultos galhofeiros e de adultos sisudos.
Hoje, no Universo há mais uma estrelinha a fazer rir as outras, a fazê-las esquecer, por momentos, as tristezas da Terra.
E se alguém, por acaso, se der conta de que os anjos sorriem, pode ter a certeza de que a face serena de Deus está a sorrir também.